A Web e a interceptação de mensagens poderão ser a forma de prevenir futuros ataques terroristas. Numa altura em que o mundo vive ainda a ressaca do atentado de 11 de Setembro, os advogados temem os efeitos da supervigilância.

Apanhadas ''em pleno quinteiro'' é de esperar que as autoridades norte-americanas implementem medidas restritivas de segurança. Os constitucionalistas alertam para as possíveis incompatibilidades que estas medidas podem trazer nos chamados direitos, liberdades e garantias do cidadão.

Citado pela Reuters, Erwin Chemerinsky, professor de Direito na University of Southern California, alerta: ''eu ouvi o ex-presidente Bush dizer que temos que estar preparados para desistir de parte da nossa liberdade. Ora, neste momento todos estes sentimentos são muito perigosos''.

''De qualquer das formas, temos que estar conscientes do esforço que nos vai ser pedido para que a vigilância governamental possa ser aumentada'', acrescenta.

No terreno, os efeitos começam a sentir-se. Dois dos maiores ISP's (Internet Service Providers) norte-americanos, a America Online e a Microsoft, estão a cooperar com as autoridades.

Sem acrescentar detalhes, as empresas confirmam que foram contactados pelo FBI. Em causa poderá estar a utilização das mailing-lists e do software disponível, tentando interceptar e localizar possíveis mensagens entre terroristas.

Na quinta-feira, dia 13 de Setembro, as autoridades deram pela primeira vez pormenores em relação aos supostos piratas do ar. Um membro da administração norte-americana afirmou que ''os terroristas foram pouco cuidadosos e deixaram um rastro que poderá ser seguido. Ao que se sabe, eles usaram os nomes e cartões de crédito verdadeiros''.

O medo das associações de defesa dos direitos dos cidadãos é que o pânico possa servir de pretexto para as forças policiais ganharem mais poder.

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